Os anticoncepcionais são o segundo método contraceptivo mais utilizado no mundo para evitar gravidez. De acordo com relatório da ONU, eles só perdem para o ligadura de trompas. No Brasil, as mulheres que utilizam algum tipo de contracepção chegam a 79% (dados de 2016). Mas, como todos sabem, as pílulas são compostas por uma grande quantidade hormonal e, por conta disso, podem causar efeitos colaterais. Em alguns casos, a mulher troca de anticoncepcional, mais de uma vez, até chegar naquele que afeta menos o corpo e o organismo.
Os hormônios são substâncias produzidas pelo corpo ou desenvolvidas em laboratórios com o intuito de regular e controlar o funcionamento do organismo e seus sintomas, como o sistema reprodutivo. Por isso, o uso do anticoncepcional contínuo e no mesmo horário é essencial. Afinal, o corpo tem de receber a dose diária do hormônio de maneira correta para que sua eficácia esteja mais garantida. São essas doses hormonais que irão prevenir a gravidez. Vamos entender agora quais são as alterações mais comuns no uso desse método?
1 – Dor de cabeça e náuseas:
São os efeitos colaterais mais comuns. Por ser algo que já ocorre no período pré-menstrual, muitas mulheres acreditam que seja normal. No entanto, essas dores podem ficar mais fortes com o uso da pílula. Algumas mulheres sentem ainda mais nas primeiras semanas de uso do anticoncepcional, devido às grandes alterações hormonais. O recomendado, nestes casos, é consultar o ginecologista quando os sintomas impedirem a realização de atividades diárias ou demorarem alguns meses para desaparecer.
2 – Alteração do fluxo menstrual:
Outro efeito bem comum nas mulheres que utilizam algum anticoncepcional é a alteração da menstruação. É frequente diminuir a quantidade e a duração do sangramento no ciclo. Também podem acontecer mais sangramentos de escape, principalmente no uso de pílulas com doses baixas, que tornam o revestimento do útero mais fino e frágil. Nestes casos, pode ser necessário tomar um anticoncepcional com dosagem mais elevada sempre que o sangramento de escape surgir em mais de três ciclos menstruais seguidos.
3 – Diminuição da libido:
Esse é um efeito colateral que muitas mulheres relatam sentir. Algumas nem sabem que existe essa diferença, por tomarem anticoncepcional desde muito cedo. A pílula pode provocar essa diminuição da libido devido a uma menor produção de testosterona no organismo. Segundo alguns médicos, é uma alteração mais comum em mulheres que apresentam ansiedade. Consultar um médico para adequar os níveis hormonais ou iniciar reposição hormonal podem ajudar a resolver esse problema.
4 – Alterações no humor:
As alterações no humor surgem principalmente com o uso prolongado do anticoncepcional com alta dose hormonal. Isso ocorre, pois os níveis elevados de estrogênio e progestina podem diminuir a produção de serotonina, o hormônio ligado ao bem estar e à melhora do humor. Em alguns casos mais graves, é um efeito colateral que pode até aumentar o risco de depressão. O recomendado é consultar o ginecologista para mudar o tipo de pílula ou iniciar um método contraceptivo diferente, de preferência um não hormonal.
5 – Aumento de peso:
É um efeito colateral que pode surgir quando as alterações hormonais causadas pelo anticoncepcional levam ao aumento na vontade de comer. Algumas pílulas podem, também, provocar retenção de líquidos devido ao acúmulo de sódio e potássio nos tecidos corporais, provocando aumento do peso. Para evitar, deve-se manter uma dieta saudável e equilibrada, assim como fazer exercícios físicos regularmente. No entanto, quando a mulher suspeita de retenção de líquidos, deve consultar o médico para trocar de pílula ou tomar um diurético.
6 – Dor nos seios:
Alguns anticoncepcionais podem causar um aumento da tensão mamária. É importante ter em mente que a dor é uma sensação pessoal de cada pessoa. Sendo assim, não é necessariamente um sintoma causado pela pílula. Mas, a sensibilidade aumentada das mamas pode ser percebida como dor por algumas mulheres. Se esta sensação está causando incômodo, deve-se consultar o ginecologista ou o clínico geral para avaliar a possibilidade de mudança do anticoncepcional ou de tipo de contraceptivo.
7 – Aumento do risco de trombose:
A pílula anticoncepcional pode aumentar o risco de trombose venosa profunda quando a mulher apresenta outros fatores de risco cardiovascular, como pressão alta, diabetes ou colesterol elevado. Nestes casos, é importante manter uma alimentação saudável e fazer exercícios físicos regulares. Também são essenciais as consultas frequentes ao clínico geral para avaliar pressão arterial, nível de açúcar no sangue e colesterol. O objetivo é evitar a formação de coágulos sanguíneos que podem causar a trombose venosa profunda.
É imprescindível conversar com o ginecologista e passar todos os sintomas que surgirem com o uso desse método (e de qualquer outro também). No caso das pílulas, como a taxa hormonal é elevada, é comum sentir efeitos colaterais. Em alguns casos, será recomendado pelo especialista o uso de outro contraceptivo sempre que surgirem sintomas que impeçam a realização de atividades diárias ou quando demorarem mais de três meses para desaparecerem. Lembrando que qualquer contracepção só é eficaz se tomada corretamente. Caso não, a eficácia diminui. Não deixem de consultar o médico para avaliar as possibilidades!